O uso de hCG pode estimular a resposta esteroidogênica das células de Leydig, sendo utilizada nos casos de produção insuficiente de testosterona e de criptorquidismo (LIMA et al. Brazilian Journal of Vet. and Animal Science, v.37, p.52-55, 2000). Observando esses fatores, essa pesquisa teve como objetivo avaliar possíveis alterações no índice Doppler de resistividade (RI) da artéria testicular e em parâmetros do comportamento reprodutivo durante a coleta de sêmen de garanhões férteis após a administração de hCG. O estudo foi realizado em dois ciclos utilizando quatro garanhões da raça Mangalarga Marchador durante diferentes estações do ano (janeiro, abril, julho e outubro de 2016), no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os animais foram divididos em dois grupos: GI (n=4), administrando 5ml de solução salina e GII (n=4) administrando 5000 UI de hCG (5ml) (Chorulon® – MSD Saúde Animal, Brasil), ambos i.v. in bollus. Em cada mês os procedimentos foram subdivididos em dois ciclos (C1 e C2) com seis dias (D) cada e com um intervalo de três dias entre os ciclos. Nos dias ímpares avaliou-se dois cavalos, um de cada grupo e nos dias pares os outros dois de cada grupo. Para C2, seguiu-se o esquema experimental rotacional “cross over”. O tratamento foi realizado apenas no primeiro dia de cada ciclo (D1 e D2), onde: CI = animal 1 (GI) e 2 (GII) avaliados nos dias D1, D3 e D5 e animal 3 (GI) e 4 (GII) em D2, D4 e D6; CII= animal 1(GII) e 2 (GI) avaliados nos dias D1, D3, D5 e animal 3 (GII) e 4 (GI) em D2, D4 e D6. Seguidamente aos tratamentos e com os animais contidos e tranquilizados com Cloridrato de Xilazina 2% (0,00028 mg ̸ kg), foi realizada a ultrassonografia (US) em modo Doppler espectral, aferindo o RI, na artéria testicular, uma hora antes de cada coleta de sêmen e imediatamente após. Durante as coletas de sêmen, foram avaliados: frequência de reflexo de Flehmen e de montas sem ereção, tempo de reação à ereção e duração da monta. Todos os dados obtidos foram submetidos aos testes Qui-quadrado e ANOVA com significância de 5%. Ao analisar os resultados, observou-se que não houve diferenças estatísticas (P>0,05) para as seguintes variáveis: RI da artéria testicular, frequência de reflexo de Flehmen, nº de montas sem ereção, tempo de reação à ereção, duração da monta, entre os grupos tratados com hCG ou com solução salina, nem entre as diferentes estações do ano. Conclui-se que a administração de uma única dose de 5000 UI de hCG em garanhões não foi suficiente para causar alterações no fluxo sanguíneo da artéria testicular, mensurado pelo índice Doppler de resistividade, como também não ocasionou alterações no comportamento nas condições experimentais pesquisadas.
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