CENTRO DE REPRODUÇÃO EQUINA JACOB

Sá, M.A.F.; Cunha, R. Z..; Santos, M.C.A.; Jacob, J.C.F.

1Departamento de Reprodução e Avaliação Animal, Instituto de Zootecnica, UFRRJ, Seropédica, RJ, Brasil.

 

Fêmeas mamíferas apresentam declínio gradativo da capacidade reprodutiva com o avançar da idade. Entretanto, os mecanismos envolvidos na regulação do envelhecimento ovariano em animais senis permanecem obscuros. A disfunção ovariana tem sido responsabilizada como causa do decréscimo da eficiência reprodutiva em éguas idosas. Sendo assim, o propósito do presente experimento foi determinar a incidência de dois folículos dominantes com uma ou duas divergências durante a onda folicular ovulatória em éguas. Alterações no diâmetro folicular e concentrações sistêmicas de FSH, LH, estradiol e inibina foram comparadas entre ondas apresentando um ou dois folículos dominantes e os resultados foram interpretados de acordo com os aspectos hormonais da divergência. Para tanto, foram utilizados 32 ondas foliculares de 24 éguas pônei mestiças pesando entre 250 a 400kg, com idade entre 5 a 20 anos, ciclando regularmente e livre de anormalidades reprodutivas. As éguas foram mantidas sobre luz natural em piquetes de alfafa e fornecido sal mineral e água fresca ad libitum. A ultrassonografia modo B com frequência 7,5MHz foi realizada diariamente iniciando 15 dias após a ovulação, perfazendo o período de três ovulações subsequentes ou dois períodos interovulatórios (PIO) até 4 dias após a terceira ovulação. Folículos com diâmetro ≥15mm foram medidos (média da altura x largura). Diâmetro dos três maiores folículos de cada dia foram gravados, definindo como F1 (o maior) a F3. Entretanto, somente dados envolvendo o período da divergência foram utilizados neste estudo. O folículo dominante foi definido como aquele que atingiu 28mm. O diâmetro de divergência de cada folículo foi baseado no exame retrospectivo dos perfis de dados obtidos de folículos individuais. Para ondas com um folículo dominante, a divergência foi detectada através da comparação do perfil de crescimento por F1 com o perfil de F2. Para ondas com dois folículos dominantes, a divergência foi detectada através da comparação do perfil de F1 e F2 com o perfil de F3. Para dois folículos dominantes, o perfil subsequente de F1 e F2 foram avaliados para uma segunda divergência. O dia da ocorrência da divergência foi designado como D0 e precedido do primeiro aumento da diferença entre os diâmetros dos F1 e F2 para o grupo 1DF e entre a combinação de F1 e F2 versus F3 para o grupo 2DF. As ondas ovulatórias foram divididas em grupos como um folículo dominante (1DF) e o grupo com dois folículos dominantes (2DF). As éguas apresentaram 1DF e 2DF em 21 (66%) e 11 (34%) das ondas, respectivamente. Ocorreu dupla ovulação somente em uma onda com 2DF. Em 8/11 (73%) das ondas com 2DF, a segunda divergência ocorreu entre F1 e F2 aos 2,5±0,4 dias após a primeira divergência. A primeira divergência nas ondas com 1DF e 2DF ocorreu no dia 15 do período interovulatório e foram semelhantes no Dia 0. Este foi o primeiro estudo sobre onda folicular ovulatória em éguas com incidência de dois folículos dominantes e duas divergências.

Palavras-chave: FSH, dinâmica folicular, folículo dominante

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