CENTRO DE REPRODUÇÃO EQUINA JACOB

Dutra,G.A.; Jacob,J.C.F.; Z.; Sá, M.A.F.; Fonseca, F.C.V; Jesus,V.L.T.

 

Pesquisas sobre a reprodução equina vêm buscando melhor entender e manipular os mecanismos que determinam sua sazonalidade reprodutiva. A retomada da ciclicidade ovariana na primavera requer uma série bem ordenada de eventos endócrinos a fim de controlar a foliculogênese. Protocolos bem sucedidos que estimulam a ciclicidade ovariana em éguas para superar o anestro de inverno e/ou prolongada fase de transição são de interesse para a indústria equina. A necessidade desses protocolos tornou-se ainda mais pronunciada nas últimas décadas, desde que a transferência de embriões e outras biotecnologias, cresceram e se espalharam por muitas regiões, principalmente no Brasil. Várias estratégias terapêuticas para o avanço da primeira ovulação têm sido testadas. A fim de adiantar a primeira ovulação e antecipar a fase reprodutiva das éguas, o presente estudo teve como objetivo avaliar se a técnica de aspiração folicular transvaginal guiada por ultrassom durante o período de transição primaveril foi capaz de induzir a ciclicidade em éguas. O experimento foi realizado na área de Reprodução Animal do DRAA/IZ/UFRRJ, localizado no município de Seropédica-RJ, durante o período de transição primaveril (agosto e setembro) de 2015. Foram selecionadas 18 éguas da raça Mangalarga Marchador, entre 5-12 anos, pesando entre 350-450 kg e com histórico de atividade reprodutiva normal. As éguas selecionadas foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos: Grupo 1- Controle (GI; n=9), sem tratamento hormonal; Grupo 2- Aspiração folicular transvaginal + PGF2α (GII; n=9), maior folículo aspirado (>25mm) e sete dias após, 7,5 mg de Dinoprost (PGF2α), intramuscular IM. Previamente ao início do experimento, todas as éguas foram avaliadas por meio da ultrassonografia, sendo critério para o estudo a ausência de corpo lúteo, bem como a presença de folículos ovarianos >25mm. Para o GI e GII a média do diâmetro folicular no início do tratamento, foi de 29,1 ± 0,7 mm e 28,9 ± 1,1 mm respectivamente. A avaliação da atividade reprodutiva foi monitorada a cada 48 horas até o momento da segunda ovulação de cada égua. O grupo GII foi mais eficiente (P<0,05) em acelerar a primeira ovulação da estação reprodutiva, em relação ao grupo GI. Pois no GII  66,7% (6/9) das éguas ovularam entre 14 e 16 dias após o início do tratamento, enquanto que no GI, nenhum animal ovulou. Todas as éguas (9/9) do GII ovularam até 18 dias após o tratamento, enquanto que no GI 22,2% (2/9) ovularam no décimo oitavo dia, 66,7% (6/9) ovularam até 24 dias; 88,9% ovularam até 30 dias e 100% (9/9) ovularam até 42 dias. O tempo médio até a primeira ovulação foi de 24,9 ± 7,5 e 16 ± 1,2 dias para GI e GII respectivamente. Analisando o número médio de dias a partir do tratamento até a primeira ovulação, foi possível verificar que o grupo tratado (GII) apresentou uma antecipação da primeira ovulação em relação ao controle de 8,9 dias. As éguas foram acompanhadas até a segunda ovulação subsequente ao tratamento. Todas ovularam normalmente, demonstrando que nenhuma delas retornou ao período de transição e que a média de dias entre a primeira e a segunda ovulação, não diferiu entre os grupos (P>0,05). Os resultados do presente estudo nos permite concluir que a técnica de aspiração folicular durante o período de transição primaveril, associado à administração de 7,5 mg de PGF2α sete dias mais tarde, foi capaz de induzir a ciclicidade em éguas. Este tratamento mostrou-se eficaz, sendo viável utiliza-lo na rotina de centros reprodutivos.

 

Palavras-chave: sazonalidade, PGF2α, ovulação.

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